17.11.01

Amores Irreais I: Planos

Ela era, sem a mínima sombra de dúvida, a mulher mais perfeita que ele já vira. Não, pensava ele, a coisa mais perfeita que ele já vira ou sobre a qual tinha conhecimento. Ele não cansava de olhá-la furtivamente, para não levantar suspeitas.
Tudo nela era perfeito. A cor e textura dos cabelos e pele, o formato e rubor dos lábios e rosto. Era sua mulher ideal, mesmo que só tivesse seis anos.

Seu fascínio - e fantasias - por ela o perturbavam profundamente. Nunca se sentira atraído desse modo por nenhuma criança. Acordava à beira das lágrimas cada vez que sonhava com a garotinha no fim da rua.

O que o perturbava mais que tudo eram seus cálculos. Faltavam dez anos até a data que marcara para cortejá-la como achava apropriado. Nunca algo tão planejado pareceria tão repentino.