10.11.01

Amores Fugidios I: Pizza

Ela sempre abria a porta para ele e a calabresa de todo domingo. Sempre bonita - arrumada demais para uma noite de domingo - e apressada para sair. Ele sempre se perguntava onde ela iria.

Ele tinha certeza que ela nunca comeu das pizzas que ele trouxe. Elas normalmente pulavam para crianças falando "mamãe". Recém-divorciada, sempre pagava em dinheiro: nada de nomes.

Ela era só mais uma cliente bonita em que pensar. Até que - chegando em dez, não quinze, minutos - ela abriu a porta escovando os dentes. E - sem idéia do motivo - surge uma paixão sem sentido.

Ele imaginava os olhos constrangidos dela ao passar pela rua. A placa "vende-se" quase o derruba. A lista telefônica não é de nenhuma ajuda.