Na Madrugada
em 28.09.01
"Ela tinha razão."
Era só o que ele conseguia pensar enquanto escutava o disco. Agora, enquanto tentava ouvi-lo apenas como algo relaxante para que pudesse dormir, não conseguia evitar a opressão estocada ali.
"Não ouço música quando estou triste. Deito e choro. Já perdi vários discos assim, ouvindo música nas horas erradas. Quando paro para pensar, acho que fico mais triste pelos discos que pelos motivos originais das tristezas."
Ele se via obrigado a concordar - apesar da veemência com que discordou originalmente. E ter que reconhecer que ela tinha razão só piorava a situação: a recordação da conversa e de estar lá lembravam outros momentos, outros erros.
Chegou a uma conclusão. Nada de Folk para dormir: Ambient.
28.9.01
22.9.01
En Chassant l'Idée
em 22.09.01
Passeava pelo conto com sofreguidão, narrando sua própria leitura. Sabia que havia encontrado uma idéia ali. E - como acontecia toda semana - a perdeu ali também, algumas palavras mais pra lá, um pouco depois da esquina.
Entrada em cada frase, cada palavra, como deve-se percorrer os textos divinatórios. Cada palavra se oferecia em várias direções, mas nunca como ele queria. Fingiu até abraçar uma das novas idéias que encontrou, esperando que a outra aparecesse na porta e pedisse explicações.
Nada.
Desistiu, quase de verdade. Aquela idéia era só mais uma sentada num café: uma possibilidade que não resistiria ao tempo.
em 22.09.01
Passeava pelo conto com sofreguidão, narrando sua própria leitura. Sabia que havia encontrado uma idéia ali. E - como acontecia toda semana - a perdeu ali também, algumas palavras mais pra lá, um pouco depois da esquina.
Entrada em cada frase, cada palavra, como deve-se percorrer os textos divinatórios. Cada palavra se oferecia em várias direções, mas nunca como ele queria. Fingiu até abraçar uma das novas idéias que encontrou, esperando que a outra aparecesse na porta e pedisse explicações.
Nada.
Desistiu, quase de verdade. Aquela idéia era só mais uma sentada num café: uma possibilidade que não resistiria ao tempo.
14.9.01
Uma Alternativa Datada
em 28.10.99
Conversas em mezaninos e varandas. O tilintar de taças. Olhares furtivos para o horizonte e não tão furtivos por entre decotes. Relógios checados a cada minuto, em busca de mais tempo. Inexiste mais tempo. Uma resignação quase alegre se mistura no ar com a música e os muitos perfumes.
Tudo começa a se definir no horizonte, tão impossível de impedir ou adiar quanto de não se maravilhar. Fascínio e civilidade. Nenhuma descrença ou desespero. Os últimos brindes, beijos e palavras. A última música, a lembrança de algo que deveria ter
sido feito...
Uma última olhada no relógio confirma: tudo bem a tempo.
em 28.10.99
Conversas em mezaninos e varandas. O tilintar de taças. Olhares furtivos para o horizonte e não tão furtivos por entre decotes. Relógios checados a cada minuto, em busca de mais tempo. Inexiste mais tempo. Uma resignação quase alegre se mistura no ar com a música e os muitos perfumes.
Tudo começa a se definir no horizonte, tão impossível de impedir ou adiar quanto de não se maravilhar. Fascínio e civilidade. Nenhuma descrença ou desespero. Os últimos brindes, beijos e palavras. A última música, a lembrança de algo que deveria ter
sido feito...
Uma última olhada no relógio confirma: tudo bem a tempo.
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