17.12.02

Sonho I
em 17.12.02

A iluminação é difusa, meio mole. Mais ou menos como se saísse da parte mais baixa das paredes. Mesmo assim, o quarto está escuro. Não é possível ver nada nele, exceto ela e você. Você acha que é você, pelo menos. Não consegue lembrar como ele era, mas ele se sente como você se sente.

Ela brilha sobre a cama. As formas e feições são indistintas, como se você a visse através de um filtro fotográfico ou uma coluna de vapor. E não consego reconhecê-la. Mesmo assim você se sente muito confortável com ela, apesar de saber que ela não é uma só pessoa. E ela é mais bonita que todas as mulheres que a formam.

Até você perceber a barriga. Redonda e linda, com um bebê de uns seis meses dentro. Ela não estava nua antes, estava? Ela não estava grávida quando você entrou no quarto, a barriga surgiu de forma repentina. Mas ela é tão linda e viva que você não liga para a estranheza.

Você tenta segurar o desejo de tocar a barriga dela. Até que ela pede que você se aproxime e não só coloque as mãos, mas também encoste o ouvido nela e ouça o que o bebê tem a dizer. Nada memorável, sá as baboseiras que um bebê poderia dizer.

Abraçado à barriga dela, você pergunta de quem é o filho. "Seu". E é o momento mais erótico da sua vida.

Mesmo que você não lembre de ter fodido aquela mulher.